Quando você está apreciando o céu com amigos, é comum um deles gritar:
- Olhe! Um meteoro , você viu? Ali, daquele lado, caiu uma estrela!
Normalmente a gente não viu. O rastro de um meteorito , com raras exceções, dura muito pouco tempo,
menos que um segundo. A menos que exista um grupo de meteoróides em rota de colisão com a Terra, poderemos esperar por bastante tempo sem ver outro traço.
Mas porque tantos nomes diferentes?
Meteoro, meteorito, estrela cadente, estrela fugaz, estrela filante são nomes dados a um fenômeno que ocorre quando pequenas partículas rochosas ou metálicas penetram a nossa atmosfera a alta velocidade, são vaporizadas
devido ao calor gerado pelo atrito com o ar, e se combinam com o
oxigênio queimando com brilho de cores e intensidades variadas.
Mas vamos separar as coisas.
Meteoro foi o nome dado pelos gregos aos fenômenos atmosféricos (do grego: metéoros = coisas do ar), assim, a chuva, o vento, o rastro de um meteorito, uma nuvem ou um arco-íris podem ser chamados de meteoros, já que são fenômenos que ocorrem dentro da atmosfera. Dai vem o nome meteorologia, dado à ciência que estuda os fenômenos atmosféricos. Cuidado, muita gente escreve e fala "metereologia". Para não errar é só lembrar do meteoro.
Meteoritos são as partículas causadoras de alguns meteoros. O rastro luminoso de um meteorito é um meteoro. Mas não podemos dizer: - Caiu um meteoro lá no sítio.
Meteoros não caem. O que cai vez ou outra é o meteorito, que se for de tamanho suficiente, pode sobreviver ao atrito da atmosfera e chegar ao solo. Alguns podem chegar até bem grandes e causar danos consideráveis. Alguns já caíram sobre casas e automóveis, e atingiram aviões durante o vôo! Grandes
meteoritos normalmente são procurados, encontrados, analisados e
expostos em museus. Meteoritos de grandes dimensões são raros.
Para avaliar quantos pequenos meteoritos caem sobre a Terra
diariamente, faça uma experiência interessante. Coloque um imã
forte no cano de descida das águas de chuva de um telhado
grande. Como a maior parte dos meteoritos contém ferro e
níquel, eles vão aderir ao imã.
E meteoróides?
Estes são candidatos a se tornar meteoritos. Se encontram vagando pelo espaço, à espera que algum dia penetrem na atmosfera. Meteoróides são restos de cometas ou asteróides que se chocaram e partiram e têm
dimensões mínimas, entre poucos micra (plural de micron) e alguns centímetros, tão pequenos que não podem ser detectados.
Alguns meteoróides chegam a resvalar pela atmosfera superior e voltar ao
espaço. É que o angulo de entrada foi tão raso, que ele não
conseguiu penetrar, como uma pedra chapinhando na água.
A IAU, através do Minor Planets Center fixou em 1 metro a dimensão máxima de um meteoroide. Meteoróides são corpos pequenos e poeira que flutuam no espaço interplanetário e que eventualmente penetram na atmosfera, gerando meteoros brilhantes e resultando em meteoritos, se chegarem ao solo. Corpos acima de 1 metro são considerados asteróides.
Durante algumas épocas do ano temos a ocorrências de chuvas de meteoros . Não se enganem com este
nome, uma chuva destas pode significar 30 ou 40 traços por hora, mas, como são fenômenos imprevisíveis, podem surpreender. É recomendável observar ao longo do período, pois seu máximo pode variar um dia a mais ou a menos.
Estas chuvas ocorrem quando a Terra, percorrendo a sua órbita anual, atravessa regiões com alta concentração de meteoróides. Como a parte "da frente" está perpendicular à posição do Sol, estes fenômenos são melhor
observados durante a madrugada. A Terra se move a mais de cem mil quilômetros por hora, e vai atropelando o que estiver pelo caminho.
Para um observador, todos estes traços parecem ter uma origem comum. Este ponto é chamado de radiante .
Quando o radiante está em uma determinada constelação, ele toma seu nome emprestado. Assim temos a chuva com o radiante em Orion, que chamamos de Orionídeos. Se for em Leo, chamamos de Leonídeos. Quadrantídeos tem este nome devido à antiga denominação da constelação de Quadrantis Muralis, que foi renomeada como Bootes. Abaixo listamos as chuvas mais notáveis.
Nome | Início | Máximo | Fim |
---|---|---|---|
Quadrantídeos (Boo) | 01 jan | 04 jan | 05 jan |
Corona Australídeos | 14 mar | 16 mar | 18 mar |
Lirídeos | 19 abr | 21 abr | 24 abr |
pi-Pupídeos | 15 abr | 24 abr | 28 abr |
Eta Aquarídeos | 01 mai | 05 mai | 08 mai |
Lirídeos | 10 jun | 15 jun | 21 jun |
Ophiucídeos | 17 jun | 20 jun | 26 jun |
Capricornídeos | 10 jul | 25 jul | 15 ago |
delta Aquarídeos | 15 jul | 28 jul | 15 ago |
Piscis Australídeos | 15 jul | 30 jul | 20 ago |
alfa Capricornídeos | 15 jul | 01 ago | 25 ago |
iota Aquarídeos | 15 jul | 06 ago | 25 ago |
Perseídeos | 25 jul | 12 ago | 18 ago |
kapa Cignídeos | 18 ago | 20 ago | 22 ago |
Orionídeos | 16 out | 21 out | 27 out |
Taurídeos | 10 out | 01 nov | 03 dez |
Leonídeos | 15 nov | 17 nov | 19 nov |
Phoenicídeos | - | 04 dez | - |
Geminídeos | 07 dez | 14 dez | 15 dez |
Ursídeos | 17 dez | 22 dez | 24 dez |
Um bom método de fazer a contagem de traços de uma chuva de meteoros, é fotografar o céu durante a madrugada, com lentes grande angulares, com exposições de longa duração sobre um tripé, e fazer a contagem dos traços nas fotos. Para fazer uma contagem visual, são necessárias várias pessoas, que ficam encarregadas de partes diferentes do céu. Outro método interessante é a utilização de um rádio FM sintonizado em uma estação distante, fora do alcance. Quando um meteoróide entra na atmosfera, ioniza uma camada de ar que reflete o sinal e o rádio funciona. Alguns meteoritos passam tão baixo que chegamos a ouvir o ruído de sua passagem. Outros explodem no ar, são chamados bólidos .
Se observar um meteoro de tamanho acima do normal, anote a sua trajetória, a hora, o brilho e a cor, além das coordenadas do observador e nos informem. Nós transmitiremos estes dados às equipes que se dedicam ao trabalho de determinação da trajetória, altura e o provável local de impacto, os comparam aos dados de outros observadores e fazem a coleta de amostras para análise.