O horário de verão

Dúvidas e Perguntas?

O "horário econômico da luz do dia" (daylight saving time) foi sugerido pela primeira vez por Benjamin Franklin (aquele da Declaração da Independência americana e inventor dos pára-raios) em 1784 e é adotado entre os meses de abril e outubro por vários países na Europa e na America do Norte.

O horário de verão, como nós o chamamos é uma variação do horário legal, adotado para cada fuso horário. Tem como referência o tempo civil local, adiantado uma ou duas horas inteiras. Foi adotado pela primeira vez durante a I Guerra Mundial por vários países, incluindo a Inglaterra, Alemanha e Estados Unidos. Foi adotado novamente durante a II Guerra Mundial, e alguns países mantiveram o procedimento após a guerra. Foram feitas várias tentativas de adiantar os relógios gradualmente, a fim de evitar reações fisiológicas, mas geraram grande confusão. A partir de 1986, nos Estados Unidos, uma legislação especial fixou as alterações de horário no último domingo de março e no último domingo de outubro.

Acontece que os países situados em altas latitudes, acima dos 40º, como é o caso na Europa, têm os dias muito aumentados, devido aos horários de nascer e pôr do Sol e aos crepúsculos longos. Na França por exemplo, que está no centro da Europa, em junho o dia começa a clarear por volta das três da madrugada e só escurece às 22 horas! Isto é, o dia tem quase 20 horas! Nestes países, o período de luminosidade é melhor aproveitado, com a adoção do horario de verão.

Isto acontece porque a inclinação do eixo da Terra para as altas latitudes gera um aumento de mais de quatro horas entre o nascer e o pôr do Sol. Isto é, o Sol fica visível por quase 16 horas. Outro fator que contribui para o dia mais longo é a duração do crepúsculo. Como o Sol cruza o horizonte em um ângulo muito menor, teremos ainda quase duas horas de luz até que fique realmente escuro. O mesmo acontece no amanhecer, acrescentando mais quatro horas a um dia já grande.

No Brasil, um país quase totalmente localizado entre o equador e o trópico, esta prática não tem sentido, mas foi adotado e imposto políticamente sob a alegação de economia de energia. A espectativa era de uma economia de 5%, enquanto o resultado não atingiu 0,5% e provavelmente é devida a outros fatores, como a menor necessidade de aquecimento dos chuveiros, o vilão do consumo de energia domiciliar. No dia 22 de dezembro, que é o nosso dia mais longo temos apenas uma hora e vinte minutos de acréscimo entre o nascer e o pôr do Sol e o nosso crepúsculo nunca ultrapassa 20 minutos, já que estamos práticamente sobre o trópico de Capricórnio, que passa pela cidade de São Paulo.

Como não é regido por fenômenos naturais, a cada ano temos a edição de um decreto que estabelece o início e o fim do período, segundo as conveniências políticas de nossos governantes.

A partir deste ano ficou estabelecido pelo Decreto 6558/08:

Artigo 1 - Fica instituída a hora de verão, a partir de zero hora do terceiro domingo do mês de outubro de cada ano, até zero hora do terceiro domingo do mês de fevereiro do ano subseqüente, em parte do território nacional, adiantada em sessenta minutos em relação à hora legal.
Parágrafo único - No ano em que houver coincidência entre o domingo previsto para o término da hora de verão e o domingo de carnaval, o encerramento da hora de verão dar-se-á no domingo seguinte.

No início de 2019, o governo brasileiro decretou o fim do horário de verão no país. O então presidente Jair Bolsonaro assinou um decreto que extingue a adoção da mudança de horário no Brasil.

15-dez-2001

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