Na busca por noites mais escuras, sem Lua e longe das cidades, o astronomo é às vezes supreendido por clarões estranhos, que, apesar de comprometerem a observação dos astros, podem se tornar um espetáculo fascinante. E não estamos falando de UFO's ou OVNI's. Alguns destes fenômenos acabam se tornando o objetivo de muitos pesquisadores.
Os habitantes das altas latitudes são surpreendidos nas noites mais escuras por luzes fantasmagóricas, de várias cores que se movem como arcos, nuvens ou cortinas. Na maior parte das vezes é uma luz difusa e débil, mas uma vez a cada década pode chegar a ser tão intensa que projeta sombras no chão. Partículas de alta energia emitidas pelo Sol são concentradas pelo campo magnético da Terra em determinadas áreas da atmosfera superior, excitando as moléculas dos gases, que brilham, aparentemente tentando antecipar a aurora.
Por este motivo receberam o nome de Aurorae. O vento solar distorce o campo magnético da Terra induzindo correntes de dezenas de milhões de ampéres com um potencial de aproximadamente 50.000 volts! Energia suficiente para iluminar um país inteiro! Esta energia irrompe pelas bordas do campo gerando desgargas que podem ser ouvidas por alguns observadores.
A atividade do Sol tem relação direta com estas ocorrências. Um grande número de manchas solares pode desencadear o fenômeno. E se ele ocorre em uma determinada noite, é provável que se repita dentro de 27 dias, ou seja, após uma rotação do Sol.
Durante uma tempestade magnética, prótons e elétrons de alta energia se chocam com as moléculas de oxigênio e nitrogênio, fazendo-as brilhar, como uma lâmpada de neon. Dependendo de sua intensidade, este fenômeno pode ser visto até nas regiões temperadas, mas estes casos são raros.
Na maior parte das vezes o fenômeno ocorre entre as latidudes magnéticas 60º e 75º, 100 quilometros acima da Terra, em ambos os hemisférios simultaneamente.
Quando é observado no hemisfério norte é chamado de Aurora Boreal, se no hemisfério sul, de Aurora Austral. Este fenômeno toma formas imprevisíveis e já foi observado em outros planetas. Recentemente foram publicadas fotos de Júpiter mostrando suas aurorae.
Outro tipo de luz estranha pode ser observada: a luz zodiacal.
Esta luz é melhor detetada nos meses em que o clarão da Via Lactea não ofusca o fundo do céu. Para o hemisfério sul, de 23 de março a 8 de maio, e de 6 de agosto a 21 de setembro. É necessário um fundo escuro para que seja notada. A luz zodiacal é um brilho difuso na região da eclíptica, notada logo após o pôr do Sol ou antes de seu nascimento. Atualmente aceita-se que este brilho seja o reflexo da luz do Sol em partículas de poeira, com dimensões de 1 a 350 micra, que estão espalhadas como um disco, no plano da eclíptica, orbitando o Sol.
Outro fenômeno, conhecido como banda zodiacal, contra-brilho ou Gegenschein, se forma na posição exatamente oposta ao Sol. É um facho extremanente débil de luz causado, provavelmente, pela luz difundida pela atmosfera da Terra sobre estas particulas. Uma outra teoria, é que sejam particulas arrancadas da nossa atmosfera, que excitadas pelo vento solar, brilham como a cauda de um cometa. Algumas vezes ela pode ser observada junto com a luz zodiacal.