Deep Impact
Responsável: NASA - Agência Espacial Americana
Destino: Encontro com o Cometa Tempel 1 no dia 4 de julho de 2005.
Objetivo: Pesquisar a composição interna dos cometas, a presença de materiais orgânicos que poderiam originar vida e a formação do sistema solar.
Custo: 320 milhões de dólares (3,2E+8 US$)
Projeto e construção: Nasa / Ball Aerospace and Technologies Corporation.
Lançamento: Feito em 12 de janeiro de 2005 por foguete Boeing Delta 2 da base de Cabo Canaveral.
Características: A sonda consiste de uma nave-mãe com instrumentos blindados e um módulo destacável com um sistema de navegação e propulsão independente carregando uma massa de 370 kg de cobre que será lançada contra a superfície do cometa. O módulo de instrumentos registrará o impacto e analisará a cratera e as partículas pulverizadas.
Instrumentos:
Câmara espectrográfica de baixa resolução (gases)
Câmara espectrográfica de alta resolução (cratera)
Histórico: A missão Deep Impact (Impacto Profundo) consiste em lançar uma massa de 370 kg a uma velocidade de 36.700 km/h (10,2 km/s) contra o cometa Tempel 1. A massa de cobre deverá gerar uma cratera de até 150 metros de diâmetro e 50 de profundidade sobre a superfície do cometa pulverizando o material congelado de seu interior.
A explosão, equivalente à detonação de 4,4 toneladas de dinamite, irá lançar gases e partículas vaporizadas ao espaço, que serão analisadas pelo equipamento a bordo da sonda, então a uma distância de 8.600 km de distância, mas se aproximando rapidamente.
Durante a aproximação, estará registrando e transmitindo dados a alta velocidade, em tempo real.
Ela passará a cerca de 500 metros do cometa atravessando a nuvem de detritos, quando adotará uma posição de "defesa" com os escudos à frente, para evitar danos aos instrumentos.
Caso a nave-mãe sobreviva aos impactos, poderá ser posteriormente direcionada a outro cometa para coletar fotos.
Os telescópios baseados no Hawaii e os espaciais, Hubble, Spitzer e Galex, estarão acompanhando e registrando o evento que poderá ser visto por observadores do oeste dos Estados Unidos, do Hawaii, do leste da Austrália e das ilhas do Pacífico Sul.
No momento do impacto o cometa estará cerca de 27 graus abaixo do nosso horizonte oeste (Belo Horizonte).
A missão foi planejada políticamente, de modo que o impacto ocorra durante as festividades americanas do 4 de julho, o Dia da Independência (4-jul-1776).
15-mar-2005 A Nasa descobriu que um erro na confecção das lentes da câmara de alta resolução piora as imagens, tornando-as quatro vezes menos nítidas que o esperado. Existe a esperança que este problema possa ser contornado através do processamento das imagens.
03-jun-2005 Os telescópios espaciais Hubble, Spitzer e Galex e os baseados em Terra já estão sendo calibrados para garantir a melhor coleta de dados do impacto com o cometa Tempel-1.
04-jul-2005 Às 2:53 (hora de Brasília) o impactor da sonda atingiu o cometa com incrível precisão. Os dados estão sendo recebidos e analizados.
09-set-2005: Dados coletados:
- durante o período de aproximação foram observadas seis erupções com ejeção de gases.
- o impactor foi atingido por quatro partículas antes do impacto, sendo que a última chegou a fazer trepidar a câmara.
- as dimensões do núcleo foram medidas como 7,4 x 4,9 km ao contrário dos 14 km estimados.
- pela primeira vez foram observadas crateras de impacto sobre um cometa.
- o impactor bateu em uma trajetória inclinada, favorecendo a ejeção de 10 toneladas de material da superfície, o que demonstrou que o material é fracamente agregado pela pequena gravidade do cometa.
- a massa do cometa é de 7,2E+10 kg e a densidade é de 600 kg/m3, sugerindo que o núcleo é poroso como um monte de entulho, mantido agregado pela baixa gravidade.
- a grande quantidade de poeira levantada impediu melhores medições da cratera resultante. A quantidade de material ejetado sugere uma cratera de 100 metros de diâmetro com 30 m de profundidade.
- a camada de poeira externa é fina como talco, sem particulas maiores.
- o espectrometro registrou um largo pico devido a gelo de água, seguido por fortes sinais de material orgânico.
- os materiais identificados foram: água, dióxido de carbono, cianeto de hidrogênio, cianeto de metila e outros. telescópio Spitzer detetou olivina, calcita, sulfito de ferro e óxido de alumínio além hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, nunca antes observados em um cometa.
- os cientistas concluíram que as partículas ejetadas nunca foram aquecidas antes, e representam o material original da formação do sistema solar.
- a presença de alguns materiais inesperados, como carbonatos e argilas deixam suspeitas que estes materiais poderiam vir a ser formados sem a presença de água líguida.
- após os registros a Deep Impact tem um destino ainda incerto, com um provável encontro com o cometa 85P/Boetin em 2008, já que não tem combustível suficiente para revisitar o Tempel I.
12-jan-2005
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