Os fusos horários têm gerado muitas dúvidas entre nossos consulentes. A pergunta mais comum é como "calcular" a hora em determinado país, com uma defasagem de um determinado número de graus; e este cálculo raramente coincide com a realidade.
Como vimos no texto - O tempo, da seção Astronomia, a Hora Local é definida pela passagem meridiana do Sol, ou seja, a passagem do Sol pelo meridiano superior do lugar, mas a Hora Legal é definida pelo fuso onde estamos.
Antigamente a hora local era determinada pela passagem meridiana do Sol ao meio dia e cada cidade tinha seu tempo oficial.
Com o desenvolvimento dos transportes e das telecomunicações este sistema se tornou incompatível com os horários das partidas e chegadas dos trens. O construtor de ferrovias canadense Sandford Fleming propôs na década de 1870 um sistema de padronização do tempo para todo o mundo.
Em 1884, representantes de várias nações se reuniram em Washington, estabeleceram os limites e fizeram o acordo que está em uso até hoje.
Para determinar a hora legal, a Terra foi dividida em 24 "fatias" definidas por dois planos que contêm o eixo da Terra, com um ângulo de 15 graus entre eles. O nome "fuso" tem origem no formato da seção resultante e ficou estabelecido que a mudança dos relógios seria feita em horas inteiras entre dois fusos.
Entretanto, na prática, decisões políticas alteraram completamente o mapa de fusos. Nem a regra da passagem meridiana nem o numero inteiro de horas foi obedecido, e ainda inventaram um "horário de verão", gerando uma grande confusão quando precisamos descobrir a hora vigente em outro país.
A única maneira de fazermos este cálculo corretamente é consultando tabelas ou mapas, e não esquecendo de verificar se é necessária a correção devida ao horário-de-verão.
Os usuários do Windows dispõem de uma tabela com muitas das maiores cidades do mundo no Sistema de ajuste Propriedades de Data/Hora que, apesar de incompleta, pode ajudar bastante.
O modo mais simples que encontramos para entender estas regras foi usando um
Nosso mapa, com algumas exceções, não tem as fronteiras dos países, e você pode precisar de um mapa mais detalhado para se localizar.
Note que a identificação dos fusos se baseia no meridiano zero, ou meridiano de Greenwich, identificado pela linha amarela à direita do mapa.
Greenwich é o nome de uma pequena cidade próxima a Londres, onde ficava o antigo observatório Real que determinava a hora oficial usando uma luneta meridiana. Uma grande bola vermelha colocada em um mastro caia exatamente ao meio dia, permitindo a todos os navios do porto acertarem seus cronômetros antes de sair para o mar. Hoje o observatório foi transferido para outro local (Cambridge), e o prédio antigo foi transformado em um museu que guarda preciosos mecanismos de relojoaria.
O fuso centrado neste meridiano é identificado como o 0 (zero).
As estações de rádio, os operadores de rádio comunicação da marinha e aeronáutica, assim como os rádio-amadores, constumam usar letras para definir os fusos, como mostrado na parte inferior do mapa.
Para o fuso de Greenwich foi escolhida a letra Z, que no seu alfabeto fonético é designada pela palavra zulu. Assim, quando houver uma referência a "hora zulu" significa que o tempo citado é o do meridiano de Greenwich (Tempo Universal Coordenado, antigo Tempo Médio de Greenwich).
É por isso que os prefixos de nossas estações de rádio sempre
começam com P.
De 15 em 15 graus a Leste, numeramos os fusos como +1, +2, +3, etc. até 12. Fazendo o mesmo a oeste, numeramos como -1, -2, -3, etc. em torno da Terra até que encontramos o mesmo fuso 12.
No centro deste fuso encontramos outra linha amarela, a Linha internacional de mudança de datas.
Podemos notar que até esta linha sofreu alguns desvios devidos à divisão política.
Quando um viajante atravessa a linha de oeste para leste, deve corrigir seu calendário em menos um dia (ultima hora do dia anterior). Quando atravessa a linha no sentido leste-oeste, deve adicionar um dia (primeira hora do dia seguinte). Nestes casos, nunca teremos uma alteração de 24 horas, como sugerem alguns artigos, mas de apenas uma hora.
Apesar da numeração nas margens superior e inferior respeitarem os fusos de 15 graus, podemos ver que a identificação sobre os países não segue as mesmas linhas.
Veja, por exemplo, que o Brasil central usa o fuso -3, mas a Argentina, cujo território está no fuso -4 (e chega até ao -5) usa o mesmo fuso do Brasil. Isto acontece porque esta é uma decisão política, que melhor convém àquele pais.
A partir de 10 de novembro de 2013 o Brasil voltará a ter 4 fusos horários: um fuso central (-3), o dos arquipélagos da nossa costa (-2), o da região oeste (-4), e o fuso adotado pelo Acre e oeste do Amazonas (-5).
Motivos econômicos, como o horário de funcionamento dos bancos e da bolsas de valores fizeram com que todos os países do leste europeu adotassem o mesmo fuso (+1). Apenas a Grã-Bretanha e Portugal usam o fuso 0 na Europa.
A Austrália adotou o fuso +9:30 para a região central, de modo a reduzir os problemas de horários comerciais.
Pelos mesmos motivos a China decidiu usar apenas o fuso +8 para todo seu território, que cobre 4 fusos diferentes.
Para calcular a hora de outro fuso, verifique no mapa os fusos envolvidos, e subtraia o menor do maior, por exemplo:
Se são 10 horas no Brasil, que horas são na Índia?
Consultando o mapa você encontra:
Brasil: fuso -3
Índia : fuso +5:30
Subtraindo o menor do maior: +5:30 -(-3) = 5:30 + 3= 8:30 (lembre-se da regra matemática: menos menos dá mais).
Em seguida some esta diferença à hora legal, se estiver a leste, ou subtraia se estiver a oeste.
Logo, se no Brasil são 10 horas, na Índia são 18:30.
E não se esqueça de verificar se o país adota o horário de verão.