Quando lemos artigos sobre o nosso sistema solar, costumamos nos deparar com estranhos símbolos, de aparência cabalística, para nomear seus componentes.
Alguns destes símbolos têm origem muito antiga e parecem sinais mágicos, muito usados pelos astrólogos para manter uma aura de mistério em torno de suas previsões.
Mas sua origem é muito mais racional que isto. Alguns foram criados pelos gregos e babilônios na representação de seus deuses, outros são bem mais modernos.
Hoje são considerados como um alfabeto astronômico e nossos computadores costumam fornecê-los como caracteres especiais junto aos símbolos das constelações do zodíaco (fonte syastro).
O Sol é representado por um círculo com um ponto para ressaltar a posição central no sistema. Obviamente este símbolo foi adotado depois da consagração do sistema heliocêntrico.
O símbolo do Lua é um dos mais evidentes e dispensa qualquer
interpretação. Os alquimistas usavam este símbolo para representar a prata, relacionada com seu brilho.
O símbolo de Mercúrio é uma representação simplificada do cetro alado de Mercúrio ou Hermes, o deus do comércio e das comunicações.
O planeta Vênus é representado por um espelho de mão, o emblema da beleza e da feminilidade da deusa Afrodite dos gregos, ou Vênus para os romanos.
A Terra é representada como um círculo acrescido de uma cruz, acima ou dentro do círculo. O primeiro está caindo em desuso. Este símbolo era usado pelos alquimistas para identificar um dos seus elementos fundamentais (água, terra, fogo e ar).
O símbolo de Marte, o deus da guerra, é a representação de um escudo e uma lança em riste.
O símbolo de Ceres (deusa da agricultura), o grande asteróide agora classificado como planeta anão, é a representação de uma foice ceifadeira, usada na colheita.
O maior dos planetas tem a marca do maior dos deuses, Zeus, Júpiter para os romanos. A letra zeta maiúscula e manuscrita, foi estilizada.
Saturno, o deus da agricultura e do destino, é representado pelo alfanje, usado para ceifar o trigo e as vidas dos mortais. A lâmina da foice foi estilizada no símbolo.
O símbolo de Urano é relativamente recente, já que a descoberta data do final do século XVIII. O círculo representando o planeta foi encimado pela letra H, numa homenagem explícita a Willian Herschel (1738-1822), que o descobriu em 1816.
Acompanhando o modelo de Urano o símbolo de Netuno, descoberto em 1846, teve acrescentado o tridente de Posseidon, o deus dos oceanos.
O símbolo de Plutão, além de representar o deus do inferno e do submundo, traz as iniciais de Percival Lowell (1855-1916), o astrônomo que previu a sua existência e tentou encontrá-lo, mas que faleceu 14 anos antes de seu descobrimento (1930).
Os cometas, visitantes eventuais do sistema solar central, são representados por um cometa estilizado, sem uma identificação individual.
Estes mesmos símbolos já foram usados para representar os elementos dos alquimistas, precursores dos químicos modernos, ou mais recentemente, os dias da semana, que por vários povos são dedicados aos planetas.
Os símbolos de Marte e Vênus são muito usados modernamente para especificar masculino e feminino.