23-agosto-2005A existencia de planetas em outros sistemas estelares sempre nos intrigou. Quando mais conhecíamos o comportamento das estrelas, mais certos estávamos de que eles existiam, mas como conseguir detectá-los?
As estrelas que os abrigam estão muito distantes e nossos telescópios não conseguem confirmar sua existência por dois motivos: seu baixo brilho, muito além da capacidade dos instrumentos e pela ofuscação causada pela própria estrela. Como contornar isso?
Analisando mais de perto podemos encontrar algumas soluções:
- Cronometraqem de pulsares : A medição de irregularidades nos pulsos permite a descoberta, mas ela não pode ser confirmada por outros métodos.
- Pelo trânsito : Se estivermos no plano orbital do sistema, devem existir transitos observáveis.
- Pela astrometria : Se estivermos numa posição perpendicular a este plano, deveremos encontrar oscilações periódicas da estrela em torno do centro de massa do sistema, contrabalançando os planetas.
- A variação da velocidade da estrela pode ser medida pelo efeito Doppler.
Transito é a passagem pelo planeta em frente ao disco da estrela. O problema é que os planetas são muito pequenos comparados às estrelas que orbitam. Isso implica em uma queda de brilho muito pequena, na casa de milésimos de magnitude. E a estrela pode ter vários planetas, logo teríamos variações irregulares no brilho.
A oscilação periódica de estrelas já é nossa velha conhecida, no estudo de sistemas múltiplos. O negócio seria procurar estrelas oscilantes que não tivessem uma companheira visível. Claro que quanto maior o planeta, maior seria a oscilação, e mais facil seria a detecção. Mas novamente estavamos limitados pela capacidade de resolução de nossos telescópios. A variação da velocidade também pode ser feita pela medição do efeito Doppler, quando a estrela de aproxima ou se afasta de nós.
Com a entrada em serviços de telescópios mais modernos, dotados de equipamento de ultima geração, como detectores mais modernos e sistemas de captação de imagens com óptica adaptativa foram então dedicados à busca por extrelas com oscilações causadas por corpos de massa sub-estelar.
Em 1989 foram anunciadas as primeiras descobertas: HD 114762, uma pequena estrela de magnitude 7,3 na constelação de Cabeleira de Berenice, a 106 anos luz de distância e Errai, gama Cephei, a 47 anos luz de distância apresentaram variações na sua velocidade radial explicavel pela presença de planetas gigantes, provavelmente gasosos, similares a Júpiter.
Grandes telescópios foram colocados a serviço da busca e o Telescópio Espacial Hubble deu uma enorme contribuição neste trabalho.
Telescópios específicos e fotometros de alta sensibilidade foram construidos para monitorar estrelas oscilantes suspeitas. O trabalho é extremamente demorado. Após detectado um trânsito, pelo menos mais duas medições teem que ser feitas para confirmar a sua periodicidade. Ou seja, pelo menos três órbitas teem que ser completadas. Mas o processo se mostrou altamente eficiente e centenas de descobertas foram confirmadas.
Hoje já contamos mais de 1200 exoplanetas catalogados.
23-agosto-2005