Pergunta:

- Será que voce poderia me conseguir as fórmulas necessárias para fazer os cálculos de refletor cassegrain? Qual a relação f/D mais adequada de uma curva parabólica para acrescentar o 2º refletor?

Resposta:

- A construção de um aparelho Cassegrain é mais elaborada e bastante mais trabalhosa que um telescópio newtoniano. Lembre-se que os erros das superfícies ópticas não se somam; eles se multiplicam, exigindo um acabamento muito mais refinado.
Além disso, o teste do espelho secundário Cassegrain não pode ser feito sem uma superfície padrão: bloco plano maior que o diâmetro do espelho principal ou espelho esférico com o mesmo tamanho e raio de curvatura do espelho secundário.
No entanto não precisamos de fórmulas especiais para seu projeto.
A primeira coisa que precisamos definir é a relação focal final F/D.
Este é o dado básico para o início do projeto. Você deve definir "a priori" a utilização específica do seu aparelho.
Quando queremos nos dedicar à observação de planetas, de objetos brilhantes ou à fotometria, damos prioridade à distância focal maior, que nos permitirá obter mais aumentos (F/D entre 12 e 20, o mais usado é 15).
Quando queremos nos dedicar à observação de objetos escuros e difusos, como cometas, nebulosas e galáxias construímos telescópio mais curtos (F/D entre 3,5 e 8).
No nosso caso, construímos um Cassegrain com D=300 mm, com uma relação F/D=15. O problema maior que tínhamos era o tamanho final do aparelho que não caberia na nossa cúpula. A relação focal nos daria um telescópio de 4,5 metros de comprimento! Por isso, definimos que o comprimento deveria ser de 80 cm!
A maioria dos fabricantes prefere usar um meio termo, tornando o telescópio mais versátil (F/D entre 8 e 12).
Definidos estes números, podemos partir para o detalhamento do projeto.

Esquema do telescópio Cassegrain

Para construir um telescópio Cassegrain o espelho primário terá obrigatoriamente uma relação focal f1/D1 muito pequena, forçando a construção de um espelho parabolóide muito deformado, de difícil execução. No nosso caso o f/D ficou em 3,4.
A partir do cálculo do g todos os outros parâmetros podem ser encontrados.

Use as fórmulas:

f1 é a distância focal do espelho primário e D1 seu diâmetro.

f1/D1 é a relação focal do primário.

F é a distância focal final.

F/D1 é a relação focal final

A posição do secundário é calculada pelas fórmulas:

p= ( f1 + e ) / ( g +1 ) e p'= p . g

o raio de curvatura do secundário é:

r2= ( 2 . p . g ) / ( g - 1 )

o diâmetro do secundário é:

D2= ( d1 . p ) / f1

Marcelo Moura - Observatório Phoenix

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