- Quem inventou o relógio?
Quando foi inventado e porque o homem precisou medir o tempo?
- Na verdade não tivemos um "inventor" do relógio. Muita gente, com as mais variadas invenções contribuiu para que chegássemos aos relógios atuais.
A marcação do tempo sempre foi uma necessidade para o homem. Ele precisava marcar o tempo gasto em uma viagem, para fazer determinada tarefa ou para saber quando chegaria a noite.
As primeiras medições foram feitas usando o nosso relógio natural: o Sol. Os gregos há mais de 5000 anos usavam o gnomon, com esta finalidade (veja em Ensaios - Os Relógios de Sol).
Para se medir o tempo no decorrer da noite eram usadas as estrelas.
Mais tarde apareceram as clepsidras (relógios de água) usadas pelos egípcios e as velas graduadas dos hebreus.
Um grande avanço se deu com a invenção das ampulhetas de areia, mais precisas e mais fáceis de manusear. As ampulhetas foram usadas por todos os antigos navegantes, para a medição da velocidade dos barcos e da duração dos "quartos" (tempo de serviço de cada marinheiro) e foram espalhadas por todo o mundo conhecido da época.
Este é um grande problema para a navegação, já que não é possível determinar a longitude sem o conhecimento da hora de um porto de referência. Os marinheiros podiam determinar o meio dia local pela altura do Sol, e a latitude ao Norte ou Sul do equador, mas não havia uma maneira de determinar a longitude.
É interessante notar que esta foi uma das causas do descobrimento do Brasil.
Em seguida apareceram os primeiros relógios mecânicos. Estes relógios não tinham ponteiros e somente batiam um marcador e o sineiro tocava o sino nas horas inteiras. Funcionavam com pesos, por isso eram construídas torres para os relógios. Davam erros muito grandes (+/- 1/2 hora por dia) e eram acertados todos os dias ao meio-dia.
Em 1335 foi instalado o primeiro relógio com mostrador e um ponteiro em Milão, na Itália. O ponteiro dos minutos só apareceu em 1670. Na Inglaterra o primeiro foi o da catedral de Salisbury, em 1386.
Com a descoberta das propriedades do pêndulo por Galileu em 1582, os relógios ficaram muito mais precisos.
O primeiro foi construído por Christian Huygens em 1656.
Mas um grande problema da navegação persistiu: relógios de pêndulos não funcionam a bordo de navios, devido ao seu balanço.
Em 1676 Willian Clement, um relojoeiro inglês construiu o primeiro relógio com pêndulo curto e ele pôde ser colocado dentro das casas. Muitos destes relógios foram trazidos para o Brasil.
A Inglaterra, possuidora da maior esquadra do mundo na época, decidiu então oferecer um valioso prêmio a quem solucionasse o problema.
Somente no final do século 17 apareceram duas soluções: uma tabela astronômica de ocultações de estrelas pela Lua e dos satélites de Júpiter e o escapamento tipo âncora, a roda de balancim e escapamento usada nos relógios mais modernos que foi inventada por Edmund Beckett e usada pela primeira vez no relógio da torre do Parlamento de Londres, erroneamente chamado de Big-Ben (Big-Ben é o nome do sino que bate as horas).
Os suíços diminuíram o tamanho do relógio, criando os relógios de bolso.
Santos Dumont, o brasileiro inventor do avião, também deu a sua contribuição: inventou o relógio de pulso. Como não podia usar as mãos durante os vôos, prendeu um relógio Cartier no braço. Mais tarde ele encomendou à fábrica Cartier um relógio próprio para ser usado no pulso.
Outra grande revolução veio em 1929, com a invenção dos relógios eletrônicos, de alta precisão. Estes relógios usam a oscilação natural de um cristal de quartzo. Apesar de inventado na Europa, foi divulgado com sucesso pelos japoneses e tomaram conta do mundo na década de '60 devido à sua precisão.
Hoje, o relógio mais preciso é o relógio atômico, que conta eletronicamente as oscilações do átomo de césio e tem um erro de apenas um segundo por século.
O Observatório Nacional tem um relógio atômico no Serviço de Tempo, que mantém e divulga a hora oficial do Brasil.