Testando o espelho

Agora o serviço delicado: Vamos testar o espelho.
O aparelho de Foucault deve ser colocado em uma base estável, numa altura que permita a observação numa posição confortável.
O espelho deve ser colocado em seu suporte, na mesma altura da lanterna, na distância do centro de curvatura (o dobro da distância focal) . Deixe a temperatura estabilizar por uns 15 minutos. O cômodo não deve estar completamente escuro. Espere que as pupilas dos olhos se acomodem à penumbra para que você possa enxergar bem o espelho.

- Alinhe o teste. A guia da mesa do aparelho deve estar alinhada com o centro do espelho, de modo que, quando for deslocada, para frente ou para trás, não produza variação na imagem.

- Abra as lâminas da fenda para aumentar a passagem de luz da lanterna. Usando o parafuso do suporte do espelho, ajuste a altura da imagem no meio da faca.

- Feche as lâminas da lanterna, deixando apenas uma pequena fenda, de 1 a 5 centésimos de milímetro, bem na vertical. O espelho vai criar uma imagem real da fenda próximo à faca.

- Aproxime o olho da faca (~ 5 cm) e ajuste o paralelismo entre a imagem da fenda e o gume da faca. Se o paralelismo não for perfeito as franjas de sombra não poderão ser vistas ou criarão imagens distorcidas que podem invalidar o teste. O uso de uma ocular pode ajudar nesta tarefa.

- Avançando ou recuando a mesa, ache o foco. No foco, o espelho deve escurecer por igual quando a faca corta o feixe de raios vindo da lanterna.
Se alguém soprar de leve o espelho, você verá as distorções geradas pelo movimento do ar, como ondas passando na frente do espelho. Se estas distorções aparecerem sem ninguém soprar, é porque existe corrente de ar na sala e deve ser eliminada.

- Avance a mesa 10 a 20 milímetros (dez a vinte voltas do parafuso) e ache as franjas de sombra . Quanto mais perto do foco, mais largas as franjas e maior a sensibilidade do teste, e mais difícil de enxergar. Quando afastamos do foco as franjas vão ficando mais estreitas e mais nítidas. A grande vantagem deste teste é que, quando penetramos a lâmina pela direita, cobrindo um pouco mais da metade do espelho, numa posição um pouco para dentro do foco (intrafocal), veremos um perfil da frente de onda com o mesmo formato do nosso espelho.

O erro na superfície do vidro é a metade do medido na frente de onda.
A distância entre a sombra e o centro da primeira franja nos fornece a escala, que na prática equivale a 3/4 do comprimento de onda médio da luz (0,56 micron), a que chamamos de l (lambda).

Estamos medindo milionésimos de milímetro!

Este procedimento é difícil e demorado nas primeiras vezes, mas com o tempo e o treino fica mais fácil.

Agora é só registrar os defeitos encontrados e planejar a correção mais adequada.