Para o exercício da astronomia existe uma infinidade de aparelhos, mas quase todos se baseiam no seguinte princípio: os astros estão fora de nosso alcance, então teremos de estudá-los a partir do que recebemos deles.
Basicamente o que eles nos enviam é a radiação eletromagnética, ou seja, luz. Mas não só a luz visível. Recebemos radiação desde os comprimentos de onda de 1 nm ( um nanômetro ou 0,000.000.001 metro ) até 1 km ( um quilometro ou 1.000 metros ). Isto significa que recebemos radiação cósmica, raios X, ultra violeta, luz visível, infra-vermelho, rádio-freqüência e micro-ondas.
Dentro desta enorme faixa apenas entre os valores de 0,4 e 0,72 mm (janela óptica) é que podemos ver a luz. Para esta estreita faixa é que usamos os telescópios ópticos. Assim podemos ver as estrelas, definir a sua posição, a sua cor, seu brilho, sua temperatura, seu movimento próprio, etc., e os planetas do Sistema Solar. Desta maneira pudemos conhecer suas órbitas, sua forma, tamanho, massa e movimentos próprios.
Um fotômetro, acoplado a um telescópio nos auxilia na medição precisa do brilho das estrelas, que é usado para avaliar a distância que estão de nós.
Alguns telescópios contam com um precioso aliado: o espectroscópio. Decompondo a luz branca em seus componentes, como num arco-íris, o espectro da luz, com suas bandas e raias de emissão e absorção, podemos definir de que a estrela é feita, sua idade, se está se aproximando ou se afastando de nós, sua massa e sua densidade. Foi desta maneira que o gás Hélio foi descoberto no Sol antes de o conhecermos aqui na Terra.
Para a luz ultra violeta e infra vermelha, usamos filtros e filmes especiais. Através de
filtros seletivos, como o filtro Ha (filtro que permite a passagem do comprimento de onda da raia do hidrogênio alfa),
podemos ver o que está acontecendo abaixo da ofuscante superfície do Sol.
Um novo e poderoso aliado é o receptor CCD (abreviatura de charge
coupling device) que recebe a luz de vários comprimentos de onda e forma imagens digitais que não poderíamos ver de outra forma.
Para os grandes comprimentos de onda são usados os radiotelescópios, que são grandes antenas direcionais, parecidas com as antenas parabolóides de televisão, que captam os sinais e os enviam para os instrumentos de análise e composição de imagens. Foi através deles que pudemos compor uma imagem da nossa Via Láctea, já que a luz visível está
bloqueada por nebulosas escuras formadas de poeira interestrelar.
A atmosfera da Terra barra a passagem de vários destes comprimentos de onda e nos protege dos raios cósmicos, mas prejudica seu estudo. Para contornar este problema, vários equipamentos de medição, sensores e telescópios especiais são lançados acima da atmosfera (balões ou foguetes) ou colocados em órbita: são os chamados satélites artificiais. Vários destes satélites estão trabalhando há vários anos, coletando dados, fotografando e medindo campos magnéticos e elétricos e enviando uma enorme massa de dados para a Terra.
Estes dados são entregues aos astrônomos e astrofísicos que utilizando computadores , os analisam e freqüentemente divulgam descobertas extraordinárias.
Para as "pequenas" dimensões do Sistema Solar, ainda utilizamos as sondas, ou satélites robôs, que são enviados aos
planetas, cometas e asteróides, para os analisar, fotografar e transmitir os dados para a Terra. Algumas destas sondas recolheram material da Lua e retornaram à Terra, trazendo o material para análise. Algumas sondas foram enviadas ao Sol, e transmitem dados até a sua destruição. Outras, como as Pionner, atravessaram o Sistema Solar enviando dados de vários planetas, seus satélites e anéis, e se perderam em direção a alguma estrela.
O radar e os raios laser também podem ser utilizados para os componentes mais próximos do Sistema Solar,
com a Lua, Marte, Vênus e Mercúrio. A rotação de Vênus só pôde ser determinada após medições dos ecos do radar, já que o planeta está envolto em uma densa camada de nuvens. A distância da Terra à Lua é medida hoje com uma precisão de centímetros, baseada nos ecos de laser disparados da Terra.
Existe ainda a possibilidade do homem sair da Terra e ir estudar os astros "in loco", com uma astronave , como foi feito no Projeto
Apolo, mas estas viagens têm um custo literalmente
"astronômico" devido ao grande peso e complexidade dos equipamentos de manutenção da vida dos astronautas.
13-mai-2002