Os retoques

Os retoques são intervenções com a ferramenta de lapidação ou o pitch-lap para corrigir pequenos defeitos. Eles são feitos logo que começarmos o polimento e o teste no aparelho de Foucault puder identificar o tipo de problema. O polimento de alguns minutos permite que um teste simples seja feito.

Os defeitos zonais são os mais importantes e frequentes. Vamos dar uma revisada nas formas que mais ocorrem.

A esfera é o caso particular de desvio nulo que um trabalho de lapidação correto é capaz de gerar. Nós representamos este perfil como uma linha reta.

Mas podemos também encontrar uma superficie ligeiramente deformada, sub-corrigida ou sobre-corrigida.

Uma simples medida no aparelho de Foucalt, após alguns minutos de polimento irá mostrar imediatamente a atitude a tomar para melhorar o espelho. Se a deformação for de sentido contrario (elipse sub-corrigida) ou menor que a parabola (elipse sobre-corrigida), poderemos iniciar a parabolização como se já tivessemos obtido uma superficie esférica. É o caso mais favoravel e nós poderemos retocar mesmo com a presença de uma pequena anomalia.


No caso de uma hipérbole que não ultrapasse 2 a 3 vezes a parabola, nós poderemos voltar diretamente à parabola, por exemplo, com um regime de compressões sobre a zona de raio 0,7 que entram na categoria de correções descritas mais adiante (ver parabolização).


Se a aparência for de uma parábola, poderemos iniciar as medições com o ecran, para definir o perfil final.

Mas é muito frequente encontrar um defeito zonal anormal, devido a uma ferramenta defeituosa ou a um vício do operador, que persistiria ao polimento final. Como não é possivel eliminá-lo em alguns minutos de parabolização, é necessário faze-lo desaparacer ou pelo menos suavisá-lo suficientemente através de uma ação corretiva.

Antes de tentar um retoque, experimente eliminá-lo automaticamente com a continuação do trabalho normal durante cerca de uma hora, após verificar seriamente a ferramenta e os cursos.


Uma anomalia de borda pode frequentemente ser causada por uma pressão incorreta das mãos na borda da ferramenta, a cursos muito longos e ao pitch-lap muito mole.

Faça o retoque com a ferramenta por cima, cursos limitados a 1/4 do diâmetro do espelho, desclocamento lateral pequeno e uma leve pressão da mão direita.


Borda elevada é de fácil retoque. Use a ferramenta por cima (TOT), cursos limitados a 1/4 do diâmetro, pequeno deslocamento lateral e uma leve pressão da mão esquerda.


Uma superfície irregularmente zoneada é inadimissível, e o retoque não deve ser tentado.


Se voce tem que continuar com o trabalho por mais tempo com um polidor esmagado, normalmente será mais economico refazer a ferramenta com uma liga de betume de melhor qualidade, ou no mínimo aplicando cera na ferramenta velha.

Outras irregularidades zonais podem ser causados por um defeito visível da ferramenta (quadrados lascados, ausentes ou mal talhados).

Você deve primeiramente reparar o polidor e prosseguir mais tempo o trabalho normal. Muito frequentemente uma anomalia dificil de retocar (zona fosca ou um buraco central) poderá ser eliminada ou no mínimo substituida por um defeito mais fácil de corrigir (elevação central, por exemplo).


Uma pequena depressão central pode ser reparada com polimento localizado com uma ferramenta pequena.


Uma mossa central pode ser corrigida com o espelho sobre a borda da ferramenta.


Uma zona saliente deve ser retirada com um trabalho localizado sobre a zona defeituosa.


No caso de depressões zonais, o retoque não é eficaz, mas modificações na ferramenta polidora podem resolver, por exemplo, prensando um anel de papel para criar um rebaixo no pitch-lap.

Alguns autores sugerem a prensagem de rebaixos com figuras diferentes, como hexágonos ou estrelas.