Um dos grandes trunfos do Teste de Foucault é permitir a medição dos erros sobre a frente-de-onda da luz, e, indiretamente, sobre o espelho que estamos trabalhando.
A sensibilidade do teste nos permite medir erros na faixa de l/60, compatível com os melhores telescópios profissionais do mundo, mas para um telescópio amador poderemos nos contentar com erros 10 vezes maiores, o que ainda nos dará imagens magníficas.
Para medir estes erros, faremos uma avaliação das deformações da frente-de-onda, penetrando a lâmina numa posição intrafocal, da direita para a esquerda, até que a sombra cubra mais da metade do espelho.
Nesta posição a frente-de-onda nos fornecerá um perfil similar ao do espelho. As franjas seguem a regiões da mesma profundidade, como as curvas de nível de um mapa. Colocando a borda da lâmina na região central e exatamente no foco você terá uma imagem do espelho como se houvesse uma iluminação rasante da esquerda para a direira . Verifique se o raio da região central está maior ou menor que a da borda para confirmar se é uma depressão ou elevação. É comum haver uma inversão no desenho das franjas que nos induz a erros de avaliação.
A distância entre a sombra e o centro da primeira franja de sombra vale cerca de 3/4 de l, ou 0,75l = 0,43 m
A partir desta medida podemos "construir" uma escala para l e dividí-la em 2, 4 ou 8 partes. Comparando o tamanho do defeito com esta escala, poderemos medí-lo.
No exemplo, é fácil ver que existe uma depressão central que mede cerca de 1/8 de l, ou 0,07 m. O defeito sobre o vidro teria a metade deste valor.
Se aproximarmos a lâmina do foco, as franjas se tornarão mais largas, o que permitirá aumentar nossa escala e facilitar a avaliação dos defeitos, no entanto ficarão menos nítidas.