O tubo do telescópio pode ser construído de qualquer material, desde papel, montado em camadas com colas especiais, até tubos metálicos comerciais ou de chapa calandrada, passando pelos mais diversos materiais plásticos.
Os tubos de papel são muito usados pelos fabricantes de pequenos telescópios devido ao baixo custo, leveza, rigidez, à facilidade de construção nos diâmetros mais adequados e pela excelente aparência final, obtida com a colagem de papeis especiais texturizados e laváveis.
Para evitar a "vinhetagem", o tubo deve ter dimensões específicas.
Chamamos de vinhetagem (do francês: vignette = arremate, acabamento) à obstrução das bordas do cone do luz que chega ao espelho principal, causada pelo tubo ou pelo suporte de oculares, o que gera um "embaçamento" das bordas do campo de visão.
Este nome foi adotado devido a similaridade entre a imagem resultante e a aparência das fotos antigas, que tinham as bordas borradas intencionalmente.
Nesta foto de Goethe foi utilizada a vinhetagem para concentrar a atenção do observador na imagem, e talvez esconder algum componente indesejado do negativo original.
Quando, na fase de projeto de um telescópio, definimos o tamanho do campo desejado, devemos levar em conta que este tamanho de campo pode exigir tubos de diâmetros maiores. O tamanho do campo irá também influir no tamanho do espelho secundário e no diâmetro do porta-oculares. Nos telescópios amadores, normalmente definimos o diâmetro do campo de forma a caber a Lua inteira (0.5 grau).
Usando um esquema do telescópio e exagerando um pouco o diâmetro, podemos verificar que a boca do tubo pode interferir com o cone de luz incidente em (A), e o furo do porta-oculares com o cone de luz que se dirige ao plano focal em (B).
Uma redução no comprimento do tubo poderia eventualmente resolver o problema mas deixaria o secundário mais exposto à iluminação indireta indesejável.
Para evitar esta interferência devemos usar um tubo de maior diâmetro.
Mas a opção por um tubo de maior diâmetro, e conseqüente afastamento do plano focal, é limitado pelo aumento indesejável do tamanho do espelho secundário, o que resultaria em uma maior taxa de obstrução.
No esquema acima podemos verificar que o diâmetro mínimo do tubo deve ser igual ao diâmetro do espelho principal mais o diâmetro do campo. No entanto, a luz rasante no interior do tubo pode refletir sobre a objetiva, prejudicando a imagem.
Pesados todos estes fatores, uma boa opção é usar um tubo com o diâmetro interno um pouco maior, segundo a fórmula:
Onde:
Di = diâmetro interno do tubo
Do = diâmetro útil da objetiva
d = diâmetro do campo desejado no plano focal
A interferência com o furo lateral (B) pode ser contornada com o uso de focalizadores de maior diâmetro ou de menor altura.
O diâmetro do campo vai determinar o que vai caber no campo do seu telescópio. Geralmente o valor usado está entre 0,5 e 1 grau.
Como referência, use estes exemplos:
| Objeto | diâmetro (graus) |
| Lua / Sol | 0,5 |
| NGC 5139 - Ômega Centauri | 0,5 |
| M 44 - Colméia (Presépio) | 1,5 |
| M 45 - Plêiades | 1,6 |
| NGC 2264 - Cone Nebula | 2,3 |
| M 31 - Galáxia de Andrômeda | 3 |
